De novo

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Olha só como são as coisas. Há um tempo eu me peguei defendendo passionalmente a Mulher Melancia. Fiz um desabafo porque não agüentava mais ouvir o pessoal falando que ela era tudo de ruim no mundo, entre outras coisas (principalmente, segundo o discurso daquele dia) por ser "gorda". Disse que toda vez que justificam a "vulgaridade" dela com gordura ou que dizem que ela não mereceria estar na capa de uma Playboy (agora, duas) por ser "gorda" eles estavam me ofendendo pessoalmente. Bem, ela foi mexida no Photoshop, mas quem não é? Ela é cadeiruda sim, e daí? A Playboy não coloca mulher na capa pra perder dinheiro. Se eles colocaram, é porque arriscam que o público deles vai curtir muito. Se ela é vulgar? Depende, o que é vulgar? Chacoalhar a bunda pra uma câmera? Então porque uma mulata no carnaval não é "vulgar"? E o tal do MC que criou e cantou a música que trouxe fama pra ela? Por que não está sendo julgado com a mesma medida pela "vulgaridade"? Ou falar "créu" agora é coisa de gente fina? Bem, o fato é que eu subi nas tamancas pra defender a Watermelon Girl e o direito dela fazer o que bem entender com sua própria bunda. Não importa o tamanho que ela tenha.


Só lembrando, Benefits Supervisor Sleeping, de Lucian Freud, bateu o recorde de um quadro de artista vivo, U$ 33,64 milhões. Mais uma prova de que não importa se você acha feio ou bonito, as gordas valem muito (pun intended).
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Agora vou defender a Bruna Surfistinha. Sabe, tenho super pé atrás com best sellers de qualquer tipo e nunca imaginei que ela soubesse escrever minimamente bem. Mas, pelo blog dela, acho que sabe sim. Fui ler depois que a Rosana Hermann ter citado com tintas preconceituosas um post. E não é a primeira vez que ela cita a Bruna Surfistinha de forma preconceituosa, jocosa e principalmente imprecisa (ela sempre chama a Bruna de "garota de programa", sendo que ela é uma EX-garota de programa).
O que me tira do sério é, primeiro, estigmatizarem ela como garota de programa. Quer dizer que uma vez puta, puta pra sempre. Não importa que ela escreva, dê palestras, participe de debate, abra loja, tenha uma grife, vire presidente de um país ou encontre a cura do câncer. Na cabecinha fechada da maioria dos "queridos leitores" que comentaram lá, ela vai ser garota de programa pra sempre.
Depois, e se ela ainda trabalhasse no ramo? Prostituição é legal no Brasil, você pode até colocar esta função na sua declaração de Imposto de Renda, se quiser. As mesmas pessoas que criticaram e disseram que "não tem interesse em saber da vida de uma garota de programa" devem ter clicado no link, lido tudo, até os arquivos, e depois apareceram pra fazer beicinho e voltar a falar de como Sex and the city é moderno e tal. Não agüento.
Sobre o blog da Bruna Surfistinha: a menina não vai pra Academia Brasileira de Letras nem ganhar um Pullitzer, mas pô, dá de 10 a zero em uns 95% dos blogs brasileiros. Os posts são longos e seriam melhor aproveitados se um editor cortasse os postões em postinhos. Mas no geral é legal, sim.

3 Responses to “De novo”

  1. Mary Rita says:

    Oba...encontrei alguém que se parece comigo no que se refere a "tintas preconceituosas" sobre esta ou aquela atividade do ser humano!!! Já postei também sobre...e tenho dito!!! Bisou

  2. Oi, Ale. Até dois dias atrás eu nunca tinha nem ouvido falar da Mulher Melancia. Aí li num blog. O que não me conformo é a mulherada chamá-la de gorda. Em que mundo ela é gorda? Pô, só num mundo em que top model tá no peso ideal. A Melancia não é nada gorda. Ela é bunduda, e por isso faz tanto sucesso entre os homens brasileiros.
    E quanto a Bruna Surfistinha, eu dei uma lida no livro dela (on line) já faz um tempo, e não achei que ela escreve muito bem, não. Mas não é essa a questão. Acho que muita gente fala mal de alguém só porque a pessoa faz sucesso, sabe?
    www.escrevalolaescreva.blogspot.com

  3. Anônimo says:

    Nossa, e eu que tinha isso aqui no bookmark. Você pergunta? Eu respondo! Uma vez puta, puta pra sempre! Não, realmente não me importa que ela escreva, dê palestras, participe de debates, abra loja, tenha uma grife, vire presidente de um país ou encontre a cura do câncer. Na minha cabecinha fechada, como a da maioria dos "queridos leitores" que lêem você, ela vai ser garota de programa pra sempre sim. Gostou? Agora pode ficar mais feliz por ter escolhido ser blogueira em vez de garota de programa. E não precisa mais escrever textos panfletário-recalcados. :-)

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